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                     No início da década de 1990 dois amigos se dirigiam ao estacionamento do Estádio Mané Garrincha para assistirem a uma aula, não a uma aula convencional, muito menos ministrada por mais um professor, e sim a uma aula de kart, de como pilotá-lo, como enfrentá-lo e dominá-lo, e o mestre em questão não era apenas um instrutor, muito mais que isso, verdadeiro gênio da velocidade, um dos maiores pilotos de todos os tempos, Nelson Piquet, já aposentado da F1 e que ainda não havia sofrido o fatídico acidente em Indianápolis no ano de 1993.

 

                     Os dois amigos, apaixonados por automobilismo desde os tempos do não menos genial Emerson Fittipaldi, frequentavam o improvisado "kartódromo" nos domingos de exibição, isso mesmo, exibição, porque o que viam não era apenas uma corrida de kart, com a presença de talentosos pilotos, entre eles, Zé Alexandre e Betão. Nesses privilegiados dias de velocidade em Brasília existia em realidade uma assimetria entre os competidores, em provas patrocinadas pelo cartão Ourocard do Banco do Brasil, presenciavam corridas em que disputavam bons e competentes pilotos, contra um deus nas pistas e o que ele era capaz de fazer... Os resultados? Bem, eram invariavelmente os mesmos.

 

                    Emocionados, estupefatos, encantados e agradecidos por estarem presenciando aqueles raros momentos, porque não dizer, históricos, os dois amigos conversavam e questionavam se um dia teriam a oportunidade de sentarem em um bólido daqueles e desfrutarem o prazer de ao menos sentir a mínima emoção que os mortais pilotos ora experimentavam.

 

                    Impossível! Não vamos nem sonhar, isso é caríssimo, diante de nossa realidade, inatingível! Acidente de Nélson, morte de Ayrton no ano seguinte e não só o kartismo, o automobilismo brasileiro enfraqueceu-se.

 

                    Pouco mais de 15 anos se passaram, em 2008, com a popularização do kart indoor na capital e, sem antes, nesse intervalo, reiteradas vezes serem convidados e estimulados a ingressarem no kartismo pelo amigo e veterano piloto Ricardo Flórida, pai da talentosa piloto BSK Bárbara Louly, os dois amigos resolveram "dar umas voltinhas" de kart e, quem sabe, finalmente experimentar o antigo gostinho que os perseguia. Filho, sobrinhos, primos, amigos e colegas foram aos poucos sendo convidado a participarem da brincadeira no Ferrari kart. Naturalmente, a criação da 1ª edição do campeonato da Equipe Brasília Super Kart - BSK no ano seguinte ocorreu pelo espontâneo desejo dessa confraria de amigos.

 

                    Não havia regulamento, organização, restrição a nada e a ninguém, tão somente a paixão pela nova brincadeira, sequer havia peso mínimo para os 16 competidores, que pronto se reduziram a 10 verdadeiros aficionados. Aos trancos e barrancos, convidando pilotos de fora do campeonato que se encontravam no momento da corrida para completarem a bateria mínima de 12 participantes, após 10 etapas, Luiz Felipe Nunes sagrou-se o primeiro campeão do BSK.

 

                     Em 2010, na 2ª edição, já com um incipiente regulamento, regras mínimas e pesagem livre, após 10 etapas e alguns novos convidados, o jovem e talentoso Luiz Felipe Nunes conquistou até o momento o inédito bicampeonato.

 

                     No ano seguinte, sob condições muito semelhantes à temporada anterior, Lauro Carvalho entrou para história ao erguer o troféu de campeão da 3ª edição do BSK.

 

                    Na 4ª edição, em 2012, o BSK registra seu hiato, deixa de ser um campeonato completamente amador e organizado entre amigos, tornando-se uma competição de elevado nível técnico, estruturada, regras definidas, concorridas inscrições, premiações, enfim, o campeonato entre os campeonatos indoor de Brasília, com a merecida conquista do título pelo piloto André Luís.

 

                     Com 16 equipes participantes, cada uma composta por 3 competidores, totalizando 48 pilotos, muitos deles com extenso currículo no kartismo regional e nacional, sua 5ª edição, em 2013, ratificou a condição definitiva do BSK como o mais forte, disputado e qualificado campeonato amador do DF, ao seu final sagrando-se como o grande campeão o jovem e arrojado piloto André Martinho.

 

                     Não muito diferente do formato das duas últimas edições, o campeonato de 2014 promete grandes pegas, disputas na pista para os competidores e grandes emoções ao bom público que costuma prestigiar as corridas. São 45 selecionados participantes, todos com grande experiência no monoposto, sendo 15 equipes formadas por 3 pilotos cada e uma grande novidade em suas 10 etapas, a participação de uma equipe exclusivamente feminina disputando em igualdade de condições com os homens. O campeão da 6ª edição do BSK poderá descrever orgulhosamente às próximas gerações de que foi o vencedor do mais importante título de kart indoor do Centro-Oeste brasileiro.

 

                     E aqueles dois amigos que nos anos 1990 sonharam um sonho distante em andar e realizar uma aventura no kartismo? Seguem competindo e participando de todas as edições do BSK, Luiz Eduardo e Xico estão à frente, não na pista, mas nos trabalhos e na organização, para que o BSK permaneça sendo respeitado, competitivo e evoluindo ilimitadamente.

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